Biografia comentada Eduardo de Jesus, 12/2004
Ernesto Salmerón é graduado em Comunicação Social pela Universidad del Valle em Cali, na Colômbia. Desenvolve seu trabalho no âmbito da fotografia e do vídeo, com obras que mesclam de forma bastante ousada documentário e experimentação, tomando, na maior parte das vezes, a situação política da Nicarágua como ponto de partida.
Seu trabalho tem sido exibido em festivais, mostras e feiras em diversos países do mundo. Com os vídeos da série Documentos, Salmerón foi premiado no 2º Concurso Nacional Centro-Americano de Videocriação Inquieta Imagem, no Museu de Arte e Desenho Contemporâneo (San José, Costa Rica, 2003). Documento 1/29 foi exibido em Tel Aviv, Israel, na Bienal de VideoarteVIDEOZONE (2004). Participou também da exposição de arte latino-americana TODO INCLUIDO, em Madri, Espanha (2004), e do VI Salão e Colóquio Internacional de Arte Digital, em Havana, Cuba (2004).
O vídeo que trata de recriar a memória da ditadura na Nicarágua abusa da edição para enfatizar aspectos históricos e culturais. Com os outros dois títulos da série, Documento 2/29 (2003) e Documento 3/29 (2003), Salmerón obteve menção honrosa na IV Bienal de Artes Visuais Nicaragüenses (Manágua, Nicarágua, 2003) e menção honrosa no 3º Concurso Nacional Centro-Americano de Videocriação Inquieta Imagem (San José, Costa Rica, 2003).
Com a mesma intensidade, Salmerón realizou outro ambicioso projeto. Desta vez trata-se de uma intervenção em duas etapas. A primeira foi fotografar sandinistas no aniversário da revolução, em 2000, e depois voltar para entregar as fotos, em 2004, e registrar esse momento em um vídeo.
Essa ação gerou o inquietante documentário Auras de guerra: intervenções dentro do espaço público revolucionário nicaragüense (2004). As surpresas são muitas e Salmerón é abordado por pessoas que não gostaram das imagens e que crêem que ele tem por objetivo denegrir a imagem da revolução. Um documentário instigante que revela toda a complexidade da situação política atual da Nicarágua.
Com este vídeo Salmerón participou em 2004 da V Bienal do Caribe (Santo Domingo, República Dominicana) e da Bienal de Artes Visuais do Istmo Centro-Americano (Panamá), além de estar presente também na exposição de arte latino-americana “TODO INCLUIDO”, em Madri.
Ainda nessa mesma vertente política Salmerón realizou o vídeo O diálogo no vidro e a mudança de clima (2004), uma delicada apropriação de imagens da TV que ganham novo sentido com a inclusão dos textos. Este trabalho participou das exposições Punto sin plano - Emergente contemporáneo, no Instituto de Historia de Nicaragua y Centroamérica (Manágua, Nicarágua, 2004), e Produciendo realidad, na Prometeo - Associazione Culturale per l'Arte Contemporanea (Luca, Itália, 2004).
Com um caráter mais educativo e menos experimental, Salmerón realizou também o documentário María Isabel Urrutia: cidadã de ouro (2003) sobre a atleta colombiana levantadora de pesos e medalha de ouro nas Olimpíadas de Sydney (2000). Com este vídeo Salmerón obteve o segundo prêmio no 2º Telefestival Iberoamericano Video Joven OIJ, da Asociação de Televisión Educativa Iberoamericana (ATEI) (Espanha, 2004), e foi selecionado para a 5ª Muestra Internacional Documental em Bogotá, na Colômbia (2003).