Realizada durante a residência artística Morte e Magia nas Artes Visuais, no vilarejo goiano de Cemitério do Peixe, a obra é uma videoperformance silenciosa que investiga memórias ancestrais e espiritualidade. Por dez dias consecutivos, a artista caminha até o rio Paraúna – local onde escravizados eram enterrados –, acompanhada por uma testemunha convidada e munida apenas de uma câmera e um tripé. No mesmo enquadramento, ela adentra as águas rasas, entregando-se a improvisos corporais em busca de um transe consciente. A presença inesperada da cadela Vitória transforma a ação em uma coreografia espontânea, entrelaçando corpo e espírito, humano e animal. Baile se estabelece como um gesto de escuta profunda, onde o visível e o invisível se fundem no tempo suspenso da performance.