Performer, escritora e pesquisadora, graduada em artes do corpo pela PUC-SP. Seus trabalhos se apropriam do e subvertem o lugar exótico atribuído ao corpo da mulher negra pelo imaginário cisnormativo branco, que o transforma numa espécie de aberração, entidade dividida entre o maravilhoso e o abjeto. Em 2012 e 2013, colaborou com os coletivos GIA, da Bahia, e Opavivará, do Rio de Janeiro. Em 2017, participou como residente do Programa Capacete no Programa Público da documenta 14, com curadoria de Paul B. Preciado. Vive e trabalha em Salvador.
A expressão “merci beaucoup, blanc!” tem origem latina e, na França, é usada para designar gratidão. Ao adicionar a “blanc” (que significa branco em francês) a letra “o”, a palavra se aproxima do português “branco”. Na obra, a artista pinta o próprio corpo negro com tinta branca, propondo uma reflexão sobre a linguagem como ferramenta de propagação do racismo. Movendo-se entre a fotografia, o cinema e a ação ao vivo, Mattiuzzi elabora uma estratégia poética de afirmação das lutas políticas na vida cotidiana de comunidades racializadas.
Concepção: Musa Michelle Mattiuzzi
Vídeo: Lauren Klocker
Edição: Nick Prokesch
Body piercing artist: Ava Dvorak
Produção executiva (Viena): Pêdra Costa
Agradecimento especial: Roberta Lima