• Casa Blanca (2005) de León Ferrari e Ricardo Pons
    Casa Blanca (2005) de León Ferrari e Ricardo Pons

  • In This House (2004) de Akram Zaatari
    In This House (2004) de Akram Zaatari

  • Lucharemos Hasta Anular la Ley (2004) de Sebastian Diaz Morales
    Lucharemos Hasta Anular la Ley (2004) de Sebastian Diaz Morales

  • Projeto Pacífico (2010) de Jonathas de Andrade
    Projeto Pacífico (2010) de Jonathas de Andrade

  • O Samba do Crioulo Doido (2004) de Luiz de Abreu
    O Samba do Crioulo Doido (2004) de Luiz de Abreu

  • Unforgettable Memory (2009) de Liu Wei
    Unforgettable Memory (2009) de Liu Wei

  • Vera Cruz (2000) de Rosângela Rennó
    Vera Cruz (2000) de Rosângela Rennó

Memórias inapagáveis na Europa

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postado em 20/08/2015
Em setembro, a itinerância da primeira exposição do Acervo Videobrasil chega ao Museo de Arte Contemporáneo de Vigo, na Espanha, e alimenta as discussões do projeto artístico-científico Sense of Doubt - Resisting Oblivion, integrante da B3 Biennial of the Moving Image, em Frankfurt

A itinerância da exposição Memórias inapagáveis — Um olhar histórico no Acervo Videobrasil chega ao Museo de Arte Contemporáneo de Vigo, na Espanha, no dia 11 de setembro, quando acontece a sua abertura, com visitação até 7 de fevereiro de 2016. A primeira grande exposição concebida a partir do Acervo Videobrasil, realizada em parceria com o Sesc São Paulo, foi inaugurada no Sesc Pompeia, em São Paulo, em agosto de 2014, integrando um conjunto crescente de estratégias pensadas para manter o acervo da Associação ativo e em contato com o mundo. Em junho de 2015, teve início a sua itinerância internacional, com a exposição em Buenos Aires, Argentina (no MALBA, na Univesidad Torcuato Di Tella e na Embaixada do Brasil). Até o final de 2016, a itinerância de Memórias inapagáveis segue ainda para o México.

Com curadoria do espanhol Agustín Pérez Rubio, diretor artístico do Museo de Arte Latinoamericano de Buenos Aires (MALBA), a exposição reúne dezoito das mais de 1.300 obras que compõem o Acervo Videobrasil. Produzidos entre 1984 e 2013, os trabalhos em exibição manifestam forte conteúdo político e perpetuam memórias histórica.

Participam de Memórias inapagáveis — Um olhar histórico no Acervo Videobrasil os artistas Akram Zaatari (Líbano), Ayrson Heráclito e Danillo Barata (Brasil), Aurélio Michiles (Brasil), Bouchra Khalili (Marrocos), Carlos Motta (Colômbia), Coco Fusco (EUA), Dan Halter (Zimbábue), Vincent Carelli e Dominique Gallois (França/China), Enio Staub (Brasil), Jonathas de Andrade (Brasil), León Ferrari e Ricardo Pons (Argentina), Liu Wei (China), Luiz de Abreu (Brasil), Mwangi Hutter (Quênia/Alemanha), Rabih Mroué (Líbano), Rosângela Rennó (Brasil), Sebastian Diaz Morales (Argentina) e Walid Raad (Líbano). “O que esses artistas pretendem é manter viva a memória de um conflito, um fato do passado que foi esquecido ou, muitas vezes, interpretado a partir da ótica de um narrador vencedor, aquele que escreve a história e detém o poder de fazer parecer que esses acontecimentos já não nos pertencem”, explica o curador. Episódios como o “descobrimento" do Brasil pelos portugueses, o golpe militar no Chile, os atentados do 11 de setembro nos EUA, o massacre da Praça da Paz Celestial na China ou a guerra civil no Líbano são sensivelmente retratados nas obras dos artistas participantes.

Memorias imborrables — una mirada histórica a la Colección Videobrasil
de 11 de setembro de 2015 a 7 de fevereiro de 2016
Museu de Arte Contemporáneo de Vigo | Príncipe 54, Vigo, Espanha
www.marcovigo.com


Obras de Memórias inapagáveis provocam discussões acadêmicas na Alemanha

No mesmo período em que a itinerância da exposição está em cartaz na Espanha, os trabalhos que a compõem alimentam o projeto artístico-científico Sense of Doubt. Resisting Oblivion, que acontece de 10 de setembro a 11 de outubro no Museum Angewandte Kunst, como parte da programação da B3 Biennial of the Moving Image em Frankfurt, Alemanha.

Promovido por pesquisadores de ciências humanas e sociais da Goethe Universität, o projeto toma os vídeos de Memórias inapagáveis como base para palestras e painéis de discussão que questionam as narrativas de poder vigentes e pretendem garantir às memórias alternativas de eventos históricos um lugar no discurso global contemporâneo.

O projeto tem consonância com o pensamento do curador, Agustín Pérez Rubio, que no statement da exposição conclui que “não se pode avançar em um mundo amnésico e asséptico. O importante (...) é refletirmos sobre como lemos a história, como a guardarmos e a evocamos para aprender com ela. Precisamos falar da memória histórica e das diferentes formas de criá-la para não continuarmos abrindo os jornais e ficando impassíveis diante de fatos que também nos aconteceram e a nossos antepassados. Para que possamos seguir adiante sem apagar o que aconteceu." Embora produzidas em regiões diversas e ao longo de trinta anos, as obras têm ao menos um ponto — este central — em comum: a preocupação em livrar do apagamento as memórias incômodas de conflitos, perseguição e violência que pontuam a história.

Saiba mais sobre o projeto Sense of Doubt. Resisting Oblivion e sobre a B3 Biennial of the Moving Image.