Governador Valadares, MG, 1977

Artista visual e andarilho, percorreu longos trajetos por diversos países, acumulando vivências, objetos e imagens, e realizando atos performáticos. Mostras: 55ª Bienal de Veneza (2013); 12ª Bienal de Lyon (2013); Bienal de Montevideo (2013); Museu de Arte de São Paulo (2012); Centro Cultural São Paulo (2009). Vive e trabalha em Belo Horizonte.





Nesta videoinstalação composta por quatro obras autônomas, Paulo Nazareth aborda, a partir de diferentes perspectivas, a memória da escravidão no Brasil. Em cada vídeo, o artista dá 437 voltas, andando de costas, em torno de uma árvore. Em L’Arbre d’oublier (filmado em Ouidah, no Benin, que sediou um dos maiores portos de tráfico de escravos africanos nos séculos 18 e 19), Nazareth volteia a Árvore do Esquecimento, ao redor da qual os homens eram obrigados a dar sete voltas, num ritual de apagamento de memórias afetivas e de identidade. O gesto performático é repetido pelo artista em torno de outras árvores, na África e no Brasil (como um ipê-amarelo, símbolo nacional brasileiro), numa tentativa poética de rebobinar a história, recuperar as memórias nunca esquecidas e reescrever as narrativas hegemônicas do período colonial.