Ensaísta e performer, parte do corpo como vetor de criação e de ação para abordar as relações entre monstruosidade e humanidade, estudos kuir (queer), giros descoloniais, interseccionalidade política e tensões entre ética, estética, arte e política nas produções de conhecimentos do sul-do-sul globalizado. Participação em residência artística junto ao Capacete 2017, na documenta 14 (Atenas; Kassel). Performances: Instituto Goethe (São Paulo, 2014); Pinacoteca do Estado do Rio Grande do Norte (Natal, 2013); Casa Selvática (Curitiba, 2013). Vive e trabalha em Natal.
O trabalho é parte do projeto A ferida colonial ainda dói, em que Mombaça intervém com inscrições realizadas com seu próprio sangue em representações relacionadas à história e à geopolítica colonial, como mapas da União Europeia e do tráfico de africanos escravizados, livros da biblioteca colonial e revistas. Na projeção do vídeo, vemos a frase “vocês nos devem” ser escrita com sangue no chão ao lado do Padrão dos Descobrimentos, monumento em Lisboa em homenagem aos invasores envolvidos nos autoproclamados descobrimentos portugueses. Em uma inscrição à altura do piso se lê a continuação da frase: “Vocês nos devem até a alma. E, assim como nós, os nossos fantasmas estão vindo cobrar”. A inscrição performativa de Mombaça visa desmontar a linearidade das narrativas coloniais ao evidenciar o apagamento da memória, a densidade da dívida e as chagas, ainda abertas, legadas pelas invasões portuguesas.
Concepção e direção conceitual: Jota Mombaça
Performance: Jota Mombaça
Câmera e montagem: Inês Abreu e Joana Maia
Apoio: Caravelas Reversas e Longshot