Artista visual e fotógrafo autodidata, aborda em sua produção questões sociais, raciais e temáticas relativas à identidade e à memória da cultura afrodescendente. Mostras: Bienal de São Paulo-Valência (2007); 5° Rencontres de la Photographie Africaine (Bamako, 2003); 6ª Bienal de Havana (1997); Pinacoteca do Estado de São Paulo (1996 e 1998). Vive e trabalha em Diamantina.
A série é composta por sete imagens em grandes dimensões impressas em papel de algodão a partir de negativos de imagens analógicas trabalhadas em laboratório. Em sua pesquisa, o artista buscou documentos, arquivos e depoimentos de moradores e comerciantes da área portuária tradicionalmente conhecida como Valongo, na cidade do Rio de Janeiro, ponto de entrada de mais da metade dos africanos escravizados entre os séculos 17 e 19 no Brasil. A sobreposição de memórias nessas imagens — provenientes de arquivos e de registros do artista —, aliada a intervenções de carimbos e camadas de tinta acrílica, não só resgata a história do local e dos negros escravizados, marcada pela violência e pelo esquecimento, mas tensiona a própria possibilidade de representação da morte e da memória.
