Como os contadores de histórias que reconhecem ser, Maurício Dias & Walter Riedweg retiram sua narrativa da troca de experiências. A cada trabalho realizado, uma história tecida não a partir do testemunho dos acontecimentos por onde passam, mas a partir do relato das vivências geradas em encontros com o outro. Em exercícios de tradução e mediação do mundo, inventam não só pontos de vista, mas novos códigos para experiências comunicáveis, desdobrando e adensando suas possibilidades narrativas. O narrador na obra de Dias & Riedweg, portanto, não é o autor, mas um aparato muito mais complexo, construído coletivamente. O narrador é o próprio dispositivo inventado para contar uma história, variável a cada experiência.
A dupla de artistas integra a série Identidade/Alteridade, curadoria do FF>>Dossier que pesquisa as poéticas estruturadas a partir dos diálogos entre o artista e o mundo. Partindo do pressuposto de que a palavra não dá conta da completude da experiência, Dias & Riedweg buscam seus dispositivos de relação mirando novos patamares de conversa. A entrevista, recurso habitualmente utilizado pelo documentarista no contato com o outro, é substituída por trabalhos com áudio, tato, olfato etc., direcionados a “quebrar a coreografia cotidiana”, recuperar a amplitude do fato narrado e, com isso, chegar a contar histórias paralelas.
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