As obras da artista, curadora e agitadora cultural portenha Graciela Taquini são uma contribuição à parte em uma vida de realizações acadêmicas e curatoriais dedicadas à arte eletrônica da Argentina. A indagação sobre a memória e a presença da autora em cena são recorrentes em seus trabalhos, dos primeiros, que remetem à videoarte dos anos 1980, aos recentes, que dão significado à expressão “documentário de autor”. Um exemplo da segunda categoria é a obra que encantou jurados e público do 15º Videobrasil, dividindo com Concerto para clorofila, de Cao Guimarães, o Prêmio Estado da Arte: Lo Sublime/Banal, plano-seqüência no qual Graciela e uma amiga rememoram, em uma cozinha de Buenos Aires, o dia em que as duas conheceram, em Paris, o escritor argentino Julio Cortázar.
Com esta edição do FF>>Dossier, chega ao fim a série que, nos últimos seis meses, retratou os artistas premiados na 15ª edição do Festival. A partir de agosto, um novo ciclo se inaugura. Com curadoria de Eduardo de Jesus, membro da Comissão de Seleção e Programação do Videobrasil e responsável pelas 13 primeiras edições do FF>>Dossier, a série Outros espaços parte de obras exibidas no 15º Videobrasil para buscar os confrontos da imagem eletrônica com o espaço real, seus modos de representá-lo e suas múltiplas possibilidades de interferência.
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