A videoperformance é um registro editado de uma performance de noventa minutos em que a artista constrói uma instalação que tensiona símbolos associados à feminilidade e à maternagem. Em um pequeno espaço, ela desenrola sessenta metros de arame farpado, criando uma intricada “cama de gato”, cujas farpas são cuidadosamente cobertas com algodão, evocando um gesto cirúrgico. A iluminação fúcsia e a trilha sonora composta por sons captados pela Nasa no espaço sideral criam uma atmosfera ambígua, onde suavidade e agressividade coexistem. A obra, desenvolvida durante a exposição Territórios Internos, na Casa Porto das Artes Plásticas, reflete sobre a efemeridade da performance e questiona estereótipos romantizados de feminilidade, propondo uma poética que entrelaça cuidado e violência, presença e memória.