Projeto BFVPP
Com obras em vídeo de Anna Bella Geiger, projeto BFVPP tem lançamento na 22ª Bienal Sesc_Videobrasil
Dedicado a preservar e promover o acesso a filmes e obras em vídeo realizados por artistas brasileiras entre 1960 e 1984, o Projeto de Preservação de Filmes e Vídeos Brasileiros (Brazilian Film and Video Preservation Project - BFVPP) estreia com o Dossiê Anna Bella Geiger. Concebido pela Ostrovsky Family Fund (OFF), o projeto tem parceria com a Associação Cultural Videobrasil e será lançado na semana de abertura da 22ª Bienal Sesc_Videobrasil, em conversa aberta entre Anna Bella e a cineasta e curadora norte-americana Vivian Ostrovsky.
O evento acontece no Sesc 24 de Maio e inclui também uma intervenção realizada na mostra Especial 40 anos – parte da Bienal –, que exibirá em quatro TVs cubo sete vídeos de Anna Bella, selecionados por Clarisse Rivera.
Uma das mais celebradas artistas contemporâneas do Brasil, pioneira no uso do vídeo no país, Anna Bella Geiger (Rio de Janeiro, 1933) teve dez de suas obras audiovisuais restauradas e digitalizadas pelo projeto respeitando os padrões do trabalho original. Estes vídeos, que passam a integrar o Acervo Videobrasil, serão disponibilizados na Videoteca da mostra Especial 40 anos e, a partir do final do evento, na sede da Associação Cultural Videobrasil, em São Paulo (agendamento pelo e-mail).
As obras que poderão ser consultados são, em ordem cronológica: Passagens I (1974), Passagens II (1974), Centerminal (1974), Declaração em retrato I (1974), Declaração em retrato II (1975), Mapas elementares I (1976), Mapas elementares II (1976), Mapas elementares III (1977), Local da ação (1978) e Quase mancha (1981).
Anna Bella é a primeira das artistas selecionadas pelo BFVPP a ter suas obras restauradas e tornadas públicas. O projeto terá sequência com outras cinco pioneiras que experimentaram trabalhar com imagens em movimento em diferentes suportes (filme super-8, U-matic, 1/4 de polegada, entre outros): Analivia Cordeiro, Iole de Freitas, Regina Silveira, Regina Vater e Sonia Andrade.
A inclusão das obras de parte destas artistas no Acervo Videobrasil é de grande relevância para a Associação, como explica Solange Farkas, tanto pela qualidade e relevância das produções quanto por cobrir um período anterior à criação do festival VB, em 1983. “Para o Videobrasil, que tem um acervo constituído especialmente de obras criadas a partir dos anos 1980, é de enorme importância incluir estes trabalhos de uma geração anterior, destas mulheres que foram pioneiras na experimentação com o vídeo ainda nos anos 1960 e 1970.”
No intuito de fomentar o pensamento crítico em torno da obra das artistas, o BFVPP publica também, em seu site, textos críticos originais produzidos para o projeto. Os primeiros ensaios, sobre a produção de Anna Bella, são assinados pela crítica de arte, curadora e professora brasileira Marisa Flórido César e pelo escritor e crítico hondurenho, radicado na Alemanha, Pablo Larios. Além disso, todas as artistas ganharão, assim como Anna Bella, um ensaio audiovisual com seus depoimentos e trechos de obras.
A Ostrovsky Family Fund (OFF), fundação norte-americana com foco nas artes, nos direitos humanos e na justiça social – com afinidade especial pela imagem em movimento – também é responsável pela concessão de um dos prêmios da 22ª Bienal Sesc_Videobrasil. O PRÊMIO OFF, no valor de R$ 35 mil, será entregue a um artista jovem, escolhido pelo júri formado por Adrienne Edwards (EUA), Gabriela Golder (Argentina), Maria Magdalena Campos-Pons (Cuba), Patrick Flores (Filipinas) e Vivian Ostrovsky (EUA).