A animação parte de lembranças da família do irmão do artista e soma a elas a memória de dois processos criminais que aconteceram em Taipei, cidade natal do artista, e foram assunto de noticiários: o assassinato de um adolescente e o testemunho de um transeunte que viu um cachorro vagar pela rua carregando na boca uma cabeça irreconhecível de mulher. Uma agência de notícias populares, que recria casos polêmicos com animações 3-D, remontou o assassinato do adolescente, e o departamento de polícia local produziu um desenho a lápis do possível rosto da mulher antes de sua morte, considerando a forma de seu crânio. Depoimentos, ficção, reencenações e recursos de renderização e animação digital, além de procedimentos forenses e jornalísticos, integram-se à construção da obra, que ressalta tanto a precariedade da memória quanto o caráter artificial de sua construção e visualização.