O Sacudimento da Casa da Torre e O Sacudimento da Maison des Esclaves em Gorée compõe o díptico em que ações performáticas de “sacudimento” exorcizam dois edifícios históricos, situados em margens oposta do atlântico, de seu passado colonial e escravagista. Oriunda das religiões de matriz africana, a prática do sacudimento, ritual de limpeza espiritual por meio de buquês de folhas, visa afastar “eguns” do ambiente doméstico, mortos que permanecem entre os vivos e causam toda espécie de incômodos e infortúnios. Realizada na Maison des Esclaves (Casa dos Escravos), na ilha de Gorée, no Senegal, compreendida como ponto liminar de embarque de escravos para o Novo Mundo, a performance reflete sobre o ponto limítrofe de perda da humanidade e o legado histórico dessas violências que ainda subsistem. A obra foi realizada em 2015 como resultado do prêmio de residência do 18º Festival na Raw Material Company em Dacar, Senegal e exibida 57a Bienal de Veneza.