Enquanto crescia, em meio a uma longa guerra civil, o artista libanês Akram Zaatari registrava seu cotidiano num diário. Os textos falam em explosões e abrigos, mas também de aulas na auto-escola e da compra de um carro. Atestam, segundo o artista, “as contradições da vida que continua em áreas de conflito”. O diário, que passou a incluir fotos, foi seu primeiro contato com a produção de imagens. Mais tarde, criaria vídeos e instalações marcados por temas políticos, históricos e da sexualidade, e se tornaria, além de um artista reconhecido, um dos principais difusores da produção libanesa que revela nomes como Walid Raad e Jalal Toufic no pós-guerra. A obra acompanha o artista em seu país e no Brasil, onde esteve como co-curador de Narrativas Possíveis, mostra dedicada à nova produção libanesa no 14º Festival Internacional de Arte Eletrônica Videobrasil (2003). Em um longo depoimento entremeado por trechos de obras, experiências em vídeo, imagens de Beirute e Saida e fotos de guerra, Zaatari descreve a evolução de sua obra e fala de como os temas políticos e comportamentais a afetam.
A obra integra a série Videobrasil Coleção de Autores. Saiba mais sobre o projeto.