Mostra 30 Anos de Videobrasil é apresentada na Polônia
De 24 a 26 de abril o Videobrasil apresenta ao público polonês as particularidades da produção de vídeo no país e sua relação com as três décadas de existência do Festival de Arte Contemporânea Sesc_Videobrasil, pioneiro na divulgação desse suporte. A mostra 30 Anos de Videobrasil exibe no Kino.LAB, sala de projeção do Centro para a Arte Contemporânea Zamek Ujazdowski, em Varsóvia, três programas compostos por 19 trabalhos reveladores da trajetória do vídeo no contexto das artes. Entre eles, estão os primeiros vídeos do cineasta Fernando Meirelles, ao lado de trabalhos de Tadeu Jungle, Cao Hamburger, Lucas Bambozzi, Wagner Morales, Marcellvs L. e Tatiana Blass. O artista libanês Ali Cherri, que começou agora residência artística no A-I-R Laboratory - programa do mesmo Centro de Arte Contemporânea Zamek Ujazdowski -, também participa da mostra. Cherri e a diretora de programação do Videobrasil, Thereza Farkas, participam da abertura, no Kino.LAB, no dia 24, às 18h.
A mostra 30 Anos de Videobrasil apresentra três programas de vídeo divididos por fases históricas. The 80’s Experimental Practices (1983-1989) representa o nascimento do Festival de Arte Contempomporânea Sesc_Videobrasil e suas primeiras edições, no período pós-ditadura militar. Nesse momento, quando a produção de vídeo no Brasil tinha relação estreita com a linguagem documental e televisiva, surgem as primeiras experimentações com os meios eletrônicos e com a videoarte. The 90’S: Into the Art - Video Production Between Movies and Visual Art (1990-1998) representa o momento de internacionalização do Festival, de projeção de seus artistas e consolidação do vídeo enquanto linguagem, mas ainda distante do circuito tradicional das artes (museus e galerias). As obras apresentadas nesta fase são caracterizadas pela hibridização, com aproximações entre o cinema e as artes visuais. Por último, 21th Century: The Consolidation Of a Language (a partir de 2001), representa a consolidação do Festival enquanto plataforma internacional da produção artística do sul geopolítico e do vídeo no universo da arte contemporânea para além do suporte, marcando ainda a abertura do Festival para todas as linguagens. As obras desta fase trazem não apenas em seus aspectos formais, mas também conceituais, aproximações com outras linguagens, como a pintura, a fotografia, a performance.
Thereza Farkas está na Polônia para participar da abertura da mostra, apresentar a instituição e acompanhar mais de perto o processo criativo do artista em residência. Em ações como essa, o Videobrasil reforça sua estratégia de difusão da arte contemporânea, ativando o Acervo do Videobrasil (composto por mais de 3 mil obras), ao mesmo tempo em que aproxima-se dos artistas e parceiros da rede de residência. Uma estratégia de acompanhamento do Programa Videobrasil de Residências que deve se repetir este ano ainda em Nova York, na residência de Virgínia Medeiros na RU – Residency Unlimited (através do prêmio ICCo de Residência) e na Ilha de Itaparica, na Bahia, na residência de Bakari Diallo e Basir Mahmood no Instituto Sacatar (através do prêmio de residência Sesc_Videobrasil).