Nascido em Hong Kong, e vindo de incursões experimentais em teatro, vídeo e performance, Jamsen Law gosta de captar em vídeo o que há de estranho no cotidiano muitas vezes maçante de quem vive nas metrópoles. “Acredito que essas estranhezas sejam criadas por brechas pelas quais caímos para dentro de nossos eus. (…) Se ainda temos alguma subjetividade, ela deve estar fragmentada”, escreveu o artista em statement de 2003.
A vida rápida, os deslocamentos em massa e a infinidade de relações superficiais e/ou fantasiosas proporcionadas pelas novas tecnologias de comunicação emergem das obras de Law, premiado no 16o Festival Internacional de Arte Eletrônica SESC_Videobrasil (2007) com uma residência na WBK Vrije Academie holandesa. Solidão e angústias não ditas surgem das paisagens que capta: um anoitecer silencioso caindo sobre moradias impessoais, a neve indiferente ao passo humano, o mar impassível.
Professor na Hong Kong Art School, curador do Hong Kong Art Centre e ex-diretor de festival, Law desenvolveu uma forma pessoal de videodiário, escreve no Ensaio a historiadora de arte Elaine Ng, que edita a revista ArtAsiaPacific, sobre a produção da região. Por trás desse estilo, ela acredita, há a vontade do artista de mergulhar o espectador em uma intensa investigação de emoções expressas de forma não verbal, e que dizem respeito à “representação de um desejo indescritível”.
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