O gaúcho Rafael França foi precursor no Brasil das experiências que aproximam arte e tecnologia a partir da metade do século 20. Inquieto, já nos anos 1970 fazia uso inovador de meios como a fotocópia. Nos anos 80, depois de passar pela instalação, pela performance e pela intervenção urbana, torna-se um pioneiro da videoarte, com uma obra em que subverte as formas regulares de ficção ao fazer de si mesmo e de seus amigos personagens desafiadores e ao manipular elementos como a sincronia da fala para alterar a noção de tempo e espaço. A obra resgata a trajetória pioneira de Rafael França, marcada pela recorrência dos temas da morte e da sexualidade, e interrompida precocemente pela Aids em 1991. Além de imagens do artista e de trechos de obras, reúne depoimentos da artista plástica Regina Silveira, sua grande incentivadora; de Mario Ramiro e Hudnilson Jr., com quem, nos 1970, formou o trio performático 3NÓS3; e do teórico Arlindo Machado.
A obra integra a série Videobrasil Coleção de Autores. Saiba mais sobre o projeto.