Dos dois lados do Atlântico, pessoas de ascendência africana idolatram a água como casa dos principais espíritos. O elo espiritual é afetado pelo comércio de escravos, que inaugura o terror do oceano imenso, simbolizando a ferida da separação para mais de 9 milhões de pessoas. Um termo espanhol que designa pérolas imperfeitas, criadas por correntes fortuitas, dá título ao trabalho. Combinado com a voz de Nina Simone e os versos do poema Divisor, de Mira Albuquerque, seu apanhado de elementos visuais simbólicos – a superfície ambarina do dendê fervendo, o navio negreiro –orquestra a dor da opressão dos corpos para sempre em trânsito.
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