A videoinstalação é um retrato, em prosa e performance, da vida e das memórias de Gloria, mãe de Natalia Lassalle-Morillo, construído com entrevistas, filmes e reencenações protagonizadas pela própria artista. Navegamos por noções íntimas de memória e legado, já que a obra reúne, no espaço e no tempo, três gerações ou mais de mulheres da família Lassalle-Morillo. Após a morte de sua avó, a artista entrevista a mãe sobre as lembranças de sua juventude, sobre envelhecer, sobre luto e sobre sua perspectiva de futuro. Gloria teve autoria narrativa do roteiro, pois o foco do filme não era sua veracidade, mas sim como ela decidiu reescrever essa memória. Ambientada no espaço doméstico que as duas mulheres compartilham, Retiro é uma negociação entre fatos e o processo de extrair verdade de memórias em diferentes estágios de decomposição, e a partir de percepções distintas do que é importante.