Cemitério verde é um projeto que o artista desenvolveu com sua mãe durante o período de isolamento social em função da pandemia de covid-19. Depois de comprarem sua “casa própria”, no início da quarentena, em Alto Paraíso de Goiás, eles começaram a empreender uma transformação no quintal. De terra degradada, ele passou a abrigar um sistema sintrópico, caracterizado pela organização, integração, equilíbrio e preservação da energia no ambiente. O trabalho evoluiu para um processo de autoficção. A paisagem encerrada entre os muros do quintal se transforma e passa a abrigar pássaros, insetos e fungos, que fazem do jardim uma cidade multiespécie, à medida que fogem do agrotóxico e do fogo que transforma a savana mais biodiversa do mundo em monocultura de soja. Chades aproveitou o confinamento para construir uma justaposição de suas práticas de convivência entre espécies, memórias familiares e criação de imagens-rituais.