Seminário: Pensar a América Latina | Panorama Político e Cultural
A primeira mostra do programa de exposições de 2017 da Associação Cultural Videobrasil se volta para a produção em vídeo de artistas da América Latina que retomam a tradição da representação da paisagem em uma chave crítica, associando-a ao histórico de disputas territoriais na região. Como parte dos programas públicos da exposição Resistir, reexistir, será realizado o seminário Pensar a América Latina | Panorama Político e Cultural, composto por uma aula inaugural aberta ao público e quatro encontros mediante inscrição.
As atividades visam desdobrar temas e conceitos presentes na exposição, bem como pensar esse território e suas identidades, tão presentes em diversas obras do acervo da Associação.
A aula inaugural acontece no dia 18 de fevereiro (sábado), das 11h às 13h, e os quatro encontros, sempre às quintas (dias 23 de fevereiro, 2, 9 e 16 de março), das 20h às 22h30, no Galpão VB. Cada um dos quatro encontros custa R$ 50,00 (para pagamento avulso), e o seminário inteiro, R$ 180,00. No encerramento da exposição, dia 18 de março, o Galpão VB sedia ainda um debate entre o curador Gabriel Bogossian, o artista e pesquisador argentino Jorge La Ferla e a curadora Juliana Gontijo.
PROGRAMAÇÃO
Pensar a América Latina | Panorama Político e Cultural
18/02 (sáb), das 11h às 13h | Palestra aberta ao público
MOVIMENTOS SOCIAIS E DISPUTAS POR TERRA NA AMÉRICA LATINA
com Breno Bringel
23/02 (qui), das 20h às 22h30 | Aula 1
OS DESAFIOS EPISTEMOLÓGICOS DE PENSAR A AMÉRICA LATINA NO BRASIL
com Vivian Grace Fernández-Dávila Urquidi
02/03 (qui), das 20h às 22h30 | Aula 2
IDENTIDADE CULTURAL E ARTE LATINO-AMERICANAS
com Ivo Mesquita
09/03 (qui), das 20h às 22h30| Aula 3
UM PANORAMA SOBRE A QUESTÃO INDÍGENA NA AMÉRICA LATINA
com Spensy Kmitta Pimentel
16/03 (qui), das 20hàs 22h30 | Aula 4 [CANCELADO]
REFÚGIO, MIGRAÇÃO E DESLOCAMENTO NA AMÉRICA LATINA
com Isabel Marquez
sobre os professores
Breno Bringel
Breno Bringel, cientista político e sociólogo, é doutor pela Universidade Complutense de Madri, professor adjunto do Instituto de Estudos Sociais e Políticos da UERJ e diretor de estudos associado da Fondation Maison des Sciences de l'Homme de Paris. Foi professor visitante em várias universidades da América Latina e coordena o Núcleo de Estudos de Teoria Social e América Latina (NETSAL) e o Grupo de Pesquisa Militante do Conselho Latino-americano de Ciências Sociais (CLACSO). É editor da Revista DADOS e da plataforma openMovements. Suas pesquisas e publicações analisam os movimentos sociais e os conflitos societários derivados das disputas territoriais na América Latina.
Vivian Grace Fernández-Dávila Urquidi
Vivian Grace Fernández-Dávila Urquidi possui Mestrado Interdisciplinar em América Latina, na área da Cultura, pela Universidade de São Paulo (1994) e doutorado em Sociologia também pela Universidade de São Paulo (2001). Realizou estágio de pesquisa (1998) no Centro de Estudios Latinoamericanos da Universidad Nacional Autónoma de México e pós-doutorado (2012–2013) no Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, sob supervisão do Prof. Dr. Boaventura de Sousa Santos. Essas pesquisas contaram com financiamento da FAPESP. Atualmente é professora adjunta da Universidade de São Paulo no curso de Gestão de Políticas Públicas, áreas de Sociedade, Multiculturalismo e Direitos; e nos Programas de Pós-graduação em Estudos Culturais (PEC/USP) e Integração da América Latina (PROLAM/USP), ambos nas áreas de Estudos Pós-Coloniais e de Teoria Crítica sobre a América Latina. Desde 2011 desenvolve uma pesquisa sobre "Descolonização e Estados Plurinacionais", com financiamento do CNPq.
Ivo Mesquita
Ivo Mesquita é pesquisador e curador independente. Foi curador-chefe e diretor artístico da Pinacoteca do Estado (2006–2015), Diretor do Museu de Arte Moderna de São Paulo (2000–2002) e da 28ª Bienal de São Paulo (2008), e professor visitante do Center for Curatorial Studies, Bard College, Nova York (1996–2007). Vive e trabalha em São Paulo.
Spensy Kmitta Pimentel
Spensy Kmitta Pimentel é professor na Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) desde 2015 e doutor e mestre em Antropologia Social pela FFLCH-USP. Graduado em Jornalismo pela ECA-USP (1997), tem 15 anos de experiência. Entre 2010 e 2011 realizou estágio de pesquisa junto ao Instituto de Investigações Antropológicas da Universidade Nacional Autônoma do México. É também pesquisador do Centro de Estudos Ameríndios (CEstA-USP). Entre 2014 e 2015 atuou como professor do curso de Antropologia da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila). Como antropólogo, tem ainda experiência como consultor de órgãos públicos, entidades da sociedade civil e projetos culturais e artísticos (cinema, teatro, jornalismo etc.). Integra atualmente a diretoria da Associação Brasileira de Etnomusicologia - ABET (gestão 2015–2017) e é fundador e coordenador do Fórum sobre Violações de Direitos dos Povos Indígenas (FVDPI) no âmbito da Associação Nacional de Direitos Humanos - Pesquisa e Pós-Graduação (ANDHEP).
Isabel Marquez Daniel
Isabel Marquez Daniel é Representante da Agência da ONU pra Refugiados (ACNUR) no Brasil desde junho de 2016. Nascida na Espanha, possui dois diplomas de Direito, pela Universidade de Barcelona e pela Universidade de Edimburgo, além de ser mestre em Direito Internacional pela Universidade de Edimburgo. Iniciou sua carreira na ACNUR em 1995, como estagiária de Proteção em Londres, Inglaterra. Em 1996, foi nomeada Oficial de Repatriamento Associado na Bósnia-Herzegovina, seguida das atribuições de Oficial de Proteção na República Democrática do Congo e na África do Sul, e de Diretora Jurídica Sênior no escritório da África em Genebra. Antes de sua nomeação para o Brasil, Isabel Marquez foi Representante da ACNUR em Moçambique entre 2012 e 2016. Fluente em espanhol, inglês, francês e português, sua contribuição à organização tem sido amplamente reconhecida.
mais sobre a exposição | resistir, reexistir
Com curadoria de Gabriel Bogossian, Resistir, reexistir reúne doze obras do Acervo Videobrasil e um conjunto de fotografias documentais e entrevistas realizadas com pesquisadores e ativistas. Aproximando-se de uma “estética da resistência”, a exposição busca trazer signos e situações da política para o interior dos circuitos das artes, produzindo um encontro mais complexo e profícuo entre diferentes formas de articulação poética e de enunciação política.
O título da exposição faz referência a resistir = (re) existir, obra de Marcelo Cidade realizada em 2005. A convite do artista Daniel Lima, Cidade participou de uma das intervenções artísticas que buscava dar existência midiática — e, portanto, peso político — à ocupação Prestes Maia. Na ocasião, Cidade escreveu em duas mil folhas de sulfite a frase "resistir = (re) existir", colocando a pilha de papéis no topo do edifício para que o vento a distribuísse pelo centro de São Paulo. A quantidade de folhas fazia referência ao número de moradores da ocupação, evocando ao mesmo tempo a divisa incontornável sob a qual se desenrolaria a vida daquelas pessoas e o peso da relação entre indivíduo e grupo em um contexto de disputa social.
Tomando partido do título da obra de Cidade e do contexto da sua produção, Resistir, reexistir apresenta no Galpão VB obras que se aproximam do território de maneiras diversas: desde a presença de viajantes naturalistas no Brasil até a implosão do Pruitt-Igoe, conjunto habitacional icônico de St. Louis (EUA). Fazem parte da exposição A idade da pedra (2013), de Ana Vaz (Brasil); Uyuni (2005), de Andrés Denegri; O sangue da terra (1982–1984), de Aurélio Michiles (Brasil); Concerto para clorofila (2004), de Cao Guimarães (Brasil); Pilgrimage (2010), de Eder Santos (Brasil); Lin e Katazan (1979), de Edgard Navarro (Brasil); Andinia 9º2 (1992), de Jorge La Ferla (Argentina) e Jorge Amaolo (Argentina); Filme dourado (2010), de Luiz Roque (Brasil); Superbloques (2010), de Luis F. Ramírez Celis (Colômbia); Panorâmica 01 (2007), de Letícia Ramos (Brasil); Rizoma 0667 (2004), de Marcellvs L. (Brasil); e La Physique Générale (2010), de Vinicius Duarte (Brasil).
A abertura de Resistir, reexistir acontece no dia 1º de fevereiro, das 19h às 22h, no Galpão VB, com visitação até o dia 18 de março de 2017, de terça a sábado, das 12h às 18h; e na primeira quarta-feira de cada mês (exceto feriados), das 12h às 22h.
SERVIÇO
O QUE: Seminário Pensar a América Latina | Panorama Político e Cultural
QUANDO: 18 e 23 de fevereiro, 2, 9 e 16 de março de 2017
QUANTO: Abertura (aula aberta 18 de fevereiro): gratuita | Aulas avulsas: R$ 50,00 | Seminário completo: R$ 180,00 (depósito/transferência bancária)*
INSCRIÇÕES E INFORMAÇÕES: Mediante pagamento da taxa e envio de formulário de inscrição preenchido para o email cursos@videobrasil.org.br.
Baixe aqui o formulário: http://bit.ly/
*A desistência após o início da oficina ou o não comparecimento do inscrito aos encontros desta oficina não o exime de pagamento, tendo em vista o serviço colocado à sua disposição
O QUE: exposição Resistir, reexistir | obras do Acervo Histórico Videobrasil
Curadoria de Gabriel Bogossian. Com obras de Ana Vaz, Andrés Denegri, Aurélio Michiles Cao Guimarães, Eder Santos, Edgard Navarro, Jorge La Ferla e Jorge Amaolo, Letícia Ramos, Luis F. Ramírez Celis, Luiz Roque, Marcellvs L. e Vinicius Duarte
QUANDO: de 2 de fevereiro a 18 de março de 2017
ABERTURA : 1º de fevereiro (quarta), das 19h às 22h
VISITAÇÃO: de 2 de fevereiro a 18 de março de 2017, de terça a sábado das 12h às 18h