Isaac Julien: Geopoéticas, o livro
Editado por ocasião da exposição Isaac Julien: Geopoéticas, em cartaz no SESC Pompeia até 16.12, o livro homônimo foi elaborado em diálogo com a mostra, de modo que sua linguagem gráfica traduz a dimensão das obras fílmicas e relação com o espaço. A publicação reúne textos de autores com atuação reconhecida em pesquisa e curadoria, e profunda afinidade com os temas e procedimentos de Isaac Julien. Além disso, traz também as sinopses do programa completos de filmes, que serão exibidos no SESCTV, a partir do dia 22.10
O livro faz parte de um esforço da parceira entre Videobrasil e SESC pela construção de uma biblioteca brasileira de arte contemporânea, “com produtos de design e concepção editorial originais”, como explica a editora Teté Martinho, responsável pela publicação. ”Issac Julien: Geopoéticas é mais um passo importante nessa direção. Configurando-se, pela qualidade iconográfica e do desenho, como um objeto para fruição em si, o livro transcende a dimensão de catálogo ao adensar os conteúdos da exposição com ensaios de pensadores importantes – que tratam de questões estéticas, políticas e de gênero na obra do artista – e o pensamento do próprio Julien." Geopoéticas, o livro, foi organizado pela editora em conjunto com a equipe de design do Estúdio Mola, a partir de quatro cadernos que exploram as diferentes gamas de visualidade das obras.
Uma entrevista exclusiva com Isaac Julien apresenta, em primeira pessoa, temas e observações sobre sua obra. Já os textos teóricos foram escritos por Solange Farkas, curadora da exposição, e mais quatro autores: Lisa Bloom, docente na Universidade da Califórnia, faz observações estéticas e políticas sobre as questões de colonização, sexualidade e migração presentes principalmente na obra Fantôme Créole. Já o curador e teórico Mark Nash, professor e chefe do departamento de curadoria de arte contemporânea no Royal College of Art, Londres e cocurador da Documenta11 (2002), analisa a multiplicidade de sentidos que abriga a obra de Isaac Julien, como por exemplo a dinâmica corporal – presente tanto na coreografia de atores e performers filmados, quanto no movimento do público ao transitar pelas instalações – ou as realocações de temas da história da arte.Vinicius Spricigo, pesquisador do Centro Interdisciplinar de Semiótica da Cultura e da Mídia (CISC), da PUC/SP, parte de ideias de Vilém Flusser, para propor relações entre a arte contemporânea e questões que envolvem pós-colonialismo e antropofagia. Pesquisadora associada do Departamento de Arte de Mídia da Universidade de Arte e Design em Karlsruhe, na Alemanha, Rania Gaafar traça paralelos entre o espaço geográfico e o espaço criado pela arte que envolve instalação e imagem em movimento, bem como analisa como Isaac Julien aborda as dimensões antropológicas, sociológicas e geopolíticas.
Isaac Julien: Geopoéticas. 210 páginas, capa dura, bilíngue (português e inglês), R$ 120,00. À venda nas lojas SESC.
No dia 20 deste mês, Vinicius Spricigo, Rania Gaafar e Lisa Bloom participam de um seminário aberto. Acesse aqui mais detalhes.